Prioridade aos jovens?
Com energia capaz de permanecer em muitos jovens que passam pelas JMJ, estes encontros mundiais enfrentam o desafio de conquistar semelhantes consequências para as estruturas da Pastoral Juvenil
A juventude é, com regularidade, apontada como a prioridade de lideranças políticas, tanto de quem governa como de quem se opõe, no Parlamento ou autarquias. E são os jovens que frequentemente oferecem argumentos e minutos a prolongados discursos. No entanto, as novas gerações pouco se mobilizam em torno dessa retórica, mais voltada para o imediato do que para a construção de projetos de vida pessoais e coletivos.
Mas há acontecimentos, globais ou de vizinhança, aos quais os jovens acorrem voluntária e massivamente. Os encontros da juventude com o Papa são disso o melhor exemplo.
Desde 1985, cada Jornada Mundial da Juventude (JMJ) supera expectativas pela afluência de jovens de todo o mundo, a participação serena, a tipologia de iniciativas propostas para tantas pessoas e as mensagens que desses encontros emergem. Nomeadamente a JMJ de Roma, no ano 2000, com a participação de mais de 2 milhões de jovens a suscitarem interrogações noutras tantas pessoas sobre as razões que os mobilizavam em torno de Cristo. Ou o encontro de Manila, onde mais de 4 milhões aclamavam o Papa, Vigário de Cristo.
A história das JMJ evidencia um claro sinal “mais” a uma iniciativa lançada pelo Papa João Paulo II. E revela-se como metodologia capaz de dialogar com os jovens que nela participam, passando mensagens que atingem o interior de cada um, provocando marcas e transformações no percurso de vida dos que se aventuram a uns dias de encontro com a juventude de outro lado qualquer do globo. Também naqueles que seguem, mesmo à distância, esse mediático evento.
Em cada encontro, os jovens são conquistados por imagens, cenários, mensagens, slogans e desafios. Quase todos propostos pelo Papa, na justa medida de cada ouvinte e das interrogações e expectativas transportadas pela juventude de todo o mundo.
Com energia capaz de permanecer em muitos jovens que passam pelas JMJ, estes encontros mundiais enfrentam o desafio de conquistar semelhantes consequências para as estruturas da Pastoral Juvenil. De facto, são precisos acontecimentos que ofereçam a este setor da pastoral da Igreja uma alavanca de mudança positiva, de catalisação de recursos e vontades que permitam uma atuação estável e planeada junto de uma faixa etária caracterizada pela mobilidade frequente.
Estratégias e escolhas que ofereçam à juventude uma efetiva prioridade.
Paulo Rocha
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