15/12/09

A marca Natal

O Natal revela-se como força capaz de gerar comportamentos positivos em todos os que o assinalam. Muito mais naqueles que o celebram

Analisar o que acontece nas sociedades globalizadas na quadra natalícia oferece novos horizontes ao que se celebra, ou se assinala. Não apenas na perspectiva religiosa - a primeira em todos os estudos e reflexões que queiram inteirar-se aprofundadamente do que se cria ou transforma por estes dias -, mas em muitas outras, que estão aparentemente distantes de acontecimentos transcendentes e religiosos, mas que deles muito se abeiram. Talvez porque só assim é possível encontrar sentido para a pessoa humana e a sociabilidade que edifica com os outros e com as coisas.

Em cada pessoa, nestes dias, são espontâneas as recepções do bom e do belo, a capacidade e a vontade de ajudar, de estar próximo de quem precisa, de dar tempo ou dinheiro para oferecer momentos de felicidade ao outro. É a solidariedade no seu momento forte. Com o perigo de ficar esquecida ao longo de muitos mais dias do que naqueles em que é criativamente exercida. Mas com valor evidente por, pelo menos por momentos, tornar possível o encontro de cada pessoa com aquilo que nela é genuíno: um ser em relação equilibrada com os outros.

A força destes dias torna-se particularmente expressiva no que gera de troca, de encontro, de visibilidade externa, de cintilância social. E acontece de forma espontânea, diferenciada e condizente com gostos, condições ou opções pessoais ou de grupo. Mas acontece. Sempre.

Porque se torna incontornável a todas as populações, revela-se uma "marca forte", que não permite indiferença e provoca comportamentos. Assim, os "resultados" de cada quadra natalícia seriam os mais positivos se analisados à luz de critérios publicitários ou de marketing. Não apenas numa perspectiva comercial, sobretudo pessoal, comportamental, social.

Em causa, mesmo no mundo dos negócios, não estão só compras ou presentes. Também a pessoa humana. Por isso, o Natal revela-se como força capaz de gerar comportamentos positivos em todos os que o assinalam. Muito mais naqueles que o celebram, porque permitem que aconteça, em cada ano e na mesma singeleza da cena do Belém, a inauguração de uma nova Humanidade, a de Deus.

Paulo Rocha



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